//
you're reading...
Uncategorized

A Virgem do Pilar de Saragoça

O Rio Ebro e a Basílica-Catedral Virgen del Pilar

 

“Eres Argentino?” Qualquer “hispanohablante” sabe quando é um argentino falando. Do mesjeitim que qualquer brasileiro sabe quando é um mineiro. No caso, eu liguei pro auto-atendimento da Movistar, compania telefônica espanhola, o (infame) serviço de telefonia móvel da Telefonica. A moça que me atendeu, em uma das 17 milhões de vezes que eu liguei atrás da ativação de um plano 3G, tinha sotaque mexicano e os mexicanos adoram o sotaque dos argentinos. E vice-versa. Viva o Chaves!

Cheguei em Saragoça (mami e papi vão odiar ler o nome em português, ao invés do espanhol Zaragoza) no início da tarde do dia 27 de dezembro. Viajando de Ryan Air, emoções são sempre parte do pacote. Você não sabe se o avião vai decolar. Se vai chegar a tempo. Se vão te cobrar excesso de bagagens porque você não conseguiu vestir todos os seus casacos de uma vez. Sendo assim, resolvi não reservar hotel em nenhum lugar na Espanha, amparado pelo fato de que eu tinha casa em Barcelona (muchas gracias, Romero) e liberdade pra me mover conforme as necessidades. E não por preguiça, tá OK? Não por preguiça!

Achei que seria possível ir pra Barcelona ainda naquela tarde, achava que em Saragoça, uma olhadinha na Virgem do Pilar e no rio Ebro seria o suficiente. Só que o bus que faz o trajeto do Aeropuerto de Zaragoza até o centro (passando pela Estação de Delícias, melhor nome de estação de trem/ônibus de todos os tempos) demorou mais de uma hora pra sair do Aeroporto, outra meia-hora pra chegar e eu resolvi que deveria procurar um lugar pra ficar e ir pra Barcelona no dia seguinte. A região do Aeroporto é extremamente árida. Lembra aquelas fotos de Brasília, na época que o JK mandou construir. Vários shoppings se localizam entre o aeroporto e o centro, dentro do semi-árido aragonês.

Dormir em Saragoça custou a facada de 38 euros. Mas tá bão, deixei minhas coisas no hotelzim e fui procurar duas coisas. A Virgem do Pilar e alguma operadora de telefone. Em Barcelona teria que pegar a chave da casa do Romero, encontrar com o Ariel e com a Lorena (fomos da mesma sala de italiano, ela ficou 6 meses em Turim. Encontramos 0 vezes na Itália, fomos encontrar na Espanha, pro ano-novo). Ou seja era melhor arrumar um número espanhol.

Antes de chegar na Virgem do Pilar uma paradinha para chinelagem, que é primordial. Um fast-food, tudo à 1 euro. Cafés, sorvetes, bocadillos… Maravilha! Pra chegar na Catedral, vindo do hotel onde eu estava desce-se a Calle de Alfonso I (mãe please, quem foi Alfonso I?), que é bem estreita e cheia de lojas, incluindo a fatídica Movistar. O chip custou 6 euros e veio com um celular junto. O fato de a rua ser estreita faz com que não se possa ter a dimensão do monumento à medida que nos aproximamos dele. A Calle de Alfonso I termina na Plaza de Nuestra Señora del Pilar, onde já é possivel ver a Catedral toda. Na praça um presépio em escala quase 1:1. Um pouco menor. Dava pra andar no meio dele.

Da praça quase dá pra ter a real dimensão da coisa. Quase porque só atravessando o Ebro pra poder enquadrar todas as torres da Catedral tanto na foto quanto no nosso campo de visão. O resultado é esse aí em cima. Eu acho que é a foto mais bonita que eu já tirei na minha vida. Manjou a lua no cantinho superior esquerdo (até porque se ela estivesse no canto inferior iria estar dentro do rio…)?

Depois de entrar dentro da Basílica-Catedral, fazer umas compras em um supermercado do outro lado do rio e passar pelo presépio andei de volta ao hotel e fui descansar porque tinha mais viagem no dia seguinte. Achava que era pra Barcelona, mas no fim das contas foi pra Valência. Logo de manhã fui pra estação de Delícias (fotografando tudo no caminho) saber os horários de trens e buses pra Barcelona. Eu tinha que chegar em Barcelona até 20:30, hora em que fechava a padaria da esquina da casa do Romero, onde ele tinha deixado a chave. Mas os ônibus que me deixariam em Barcelona antes desse horário estavam cheios. Dilema: gastar milhares de euros no confortabilíssimo trem da Renfe até Barcelona ou gastar essa grana pra ver um pedaço de Valência? Fui pensando enquanto voltava no hotel pra buscar minhas coisas.

Saragoça é uma cidade bem central com relação a Madrid, Barcelona e Valência. Fica exatamente no meio delas todas e o tempo é de 4 horas pra ir pra qualquer uma delas de ônibus, cerca de 300km. Decidi ir pra Valência e uma vez de volta à estação comecei a tomar as providências necessárias. Liguei pra moça da padaria pra avisar que eu só pegaria a chave no dia seguinte, conectei o celular na wi-fi do posto de informações turísticas da estação e achei um hostel por 15 euros. Liguei pro camarada do hostel pra perguntar se tinha vaga e qual era o endereço. Tudo acertado. Às 15:00 peguei o bus rumo à Valência.

Oi, Mar Mediterrâneo! Quanto tempo…

Saludos desde España

Discussion

2 thoughts on “A Virgem do Pilar de Saragoça

  1. ei BFFE, adoro seus posts!!=)

    Posted by mii | 15/04/2012, 15:00

Leave a comment

Arquivo

Enter your email address to follow this blog and receive notifications of new posts by email.