//
you're reading...
Uncategorized

Correndo por Valência

A Cidade das Ciencias e das Artes. No fundo o Ocenógrafo, no meio o Museu de Ciências, na frente o Hemisferic.

 

“En la Ciudad de las Ciencias y las Artes no puedes dejar de ir. Solo del lado de afuera ya vas a llenar la memoria de tu cámara.” Quando eu cheguei em Valência eu não saberia direito o que iria encontrar. A única imagem da cidade que vinha na minha cabeça é o porto, onde está o traçado de rua do Grande Prêmio da Europa de Fórmula 1, já vencido tanto pelo Morto (em 2008), quanto pelo Inútil (em 2009). Além disso, eu tinha pouquíssimo tempo pra ver Valência, tinha chegado às 20:00h do dia 28 de dezembro e teria que estar às 16:00 do dia 29 na estação pra pegar o trem pra Barcelona e chegar lá antes das 20:30. Já que estava em um lugar propício, eu teria que correr. Por isso perguntei ao Ricky, porto-riquenho (Ricky, Porto Rico, Ricky Martin… OK, não tem graça…) dono do apartamento/albergue que eu fiquei hospedado, o que eu não poderia deixar de ver e ele recomendou o espetacular complexo de museus, situado na parte sudoeste da cidade, perto, inclusive, do porto.

Antes porém fui conhecer o centro histórico. Valência também é uma cidade Romana. Muros, portas de entrada, ruas tortuosas e casas antigas já viraram clichê quando eu escrevo essas duas palavras. Entrei por Puente Serranos enquanto conversava com mais uma atendente da Movistar tentando ativar o plano 3G para o celular. Andei um pouco pelo centro, vi que Dr. Gregory House estava pelas redondezas (foto no fim do post) e fui parar na praça da prefeitura de Valência, ou Plaza del Ayuntamiento, que ainda estava vestida de Natal. Na volta ao apartamento/albergue parei pra comer a famosa Paella Valenciana, que entre os ingredientes tem o coelho, comum aqui na Itália também. Mas fico meio triste em comer coelho. É um bicho que eu simpatizo. Se eu soubesse que tinha acho que não teria comido, só fui saber (ou lembrar, porque Don Guillermo já tinha me falado) depois…

No dia seguinte peguei o tram, aquele metrô que anda no meio da rua, em direção ao porto e fui andar no meio do circuito. Um fã de Fórmula 1 solto, descontrolado em um circuito… Resultado: foto no prédio da direção de prova, foto na ponte retrátil, foto na área dos boxes, foto na linha de chegada, um pouco mais rolava uma foto beijando o asfalto, mas à esse ponto não cheguei. Não por falta de vontade… O que eu achei estranho é que os prédios estavam completamente abandonados. Se não tem competição no porto, que abriga também a America’s Cup de iatismo, eles ficam jogados às traças.

Depois do porto rumei para a Cidade da Ciência e das Artes esperando ter tempo de ver, no mínimo, o Museu de Ciências Príncipe Fernando e o Oceanógrafo. Além deles o complexo é constituído do Hemispheric (um cinema IMAX), do Palácio das Artes Rainha Sofia (um…duh…museu de artes), o Umbracle (uma zona de jardins) e a Ágora (um centro de convenções). E o Ricky tinha razão. Tamanha era a beleza dos prédios (?) do complexo que rapidinho encheu a memória e eu tive que parar pra fazer o que eu apelidei de “Seção do Descarrego”, abrir o computador no meio da rua e passar pra ele as fotos da câmera, pra poder esvaziar o cartão de memória. Pouco antes de chegar no complexo, subi no último andar de um prédio do Corte Inglés, uma super-loja de departamentos que tem em cada esquina na Espanha, pra tirar fotos “aéreas” do lugar.

No fim das contas tive tempo só de ir no Museu de Ciências e gastei quase todo o tempo dentro da exposição do Indiana Jones, a melhor exposição que eu já fui na minha vida. Vários objetos de todos os filmes do Indy, reais, usados durante as filmagens, simplesmente espetacular. O museu em si tem várias coisas interessantes, para o delírio de físicos, químicos, engenheiros e biólogos, incluindo um Pêndulo de Foucault gigantesco. Quem nunca entendeu como provar por A + B que a terra gira em torno de si mesma entende rapidinho! Muita coisa interessante exposta, vários terminais com explicações dos mais diferentes fenômenos que envolvem as áreas que eu citei aí em cima. Um museu do Valencia FC, bi-vice-campeão europeu (2000/2001) e um da Marvel, não é à toa que o ingresso vale pra mais de um dia, não tem como ver tudo em um dia só e aquele era só um dos museus, pena que não deu pra visitar nenhum outro.

Peguei um ônibus em direção à estação, situada no centro de Valência, perto da Plaza del Ayuntamiento. Displays de LCD espalhados pelo bus indicam o trajeto que está sendo percorrido em um mapa, simplesmente não tem como errar. A Espanha é muito organizada, dá a sensação de estar realmente na Europa. Na minha opinião não deve nada em relação aos alemães ou aos ingleses no quesito “seriedade”. Um morador das cidades espanholas que eu pude visitar ou um turista que chegou há 10 minutos consegue fazer tudo com a mesma facilidade.

Chegando na estação, mais um lembrete de como é bom ser filho de Don Guillermo e Dona Neuza, mestres na arte da precaução. O trem pra Valência não sairia dali, mas sim de um novo anexo da estação central, acessível por um ônibus interno. Além disso, não aceitavam meu cartão italiano na hora de comprar a passagem pra Barcelona e eu tive que perder mais um tempinho pra fazer um saque. Se eu não tivesse chegado cerca de 40 minutos antes na estação tinha perdido o trem. E que trem. Luxuoso o serviço da Renfe, até aeromoça tinha. Ou seria Ferromoça?

Próxima parada: Barcelona-Sants. E a primeira parte da história na cidade mais legal que eu já conheci na vida.

Saludos.

Discussion

2 thoughts on “Correndo por Valência

  1. Para quem passou um dia vc fez um excelente trabalho companheiro!

    Posted by ive | 06/05/2012, 03:56

Leave a comment

Arquivo

Enter your email address to follow this blog and receive notifications of new posts by email.